opinião

OPINIÃO: Vai um café?

A República Democrática Federal da Etiópia, um dos países mais antigos, está no chifre da África, limita-se a norte com Eritréia, nordeste com Djibuti, leste com Somália, sul com Quênia, e oeste com Sudão. A capital é Adis Abeba. Suas cores são verde, amarela, azul e vermelha. Tem a 2ª maior população da África, sendo 57% cristã, que pela tradição da igreja etíope é do tempo dos apóstolos. Recentes estudos paleontológicos afirmam que lá se originou o Homo Sapiens. O país não tem língua oficial, a mais usada é a língua Amárica; a moeda é o Birr; 48% do PIB vem da agricultura arcaica do café, oleaginosa, feijão, flor, cana-de-açucar, trigo, milho, gat (planta psicopática), e teff - um cereal nativo base da alimentação.

Reza a lenda que o café surgiu na Etiópia quando o pastor Kappa viu suas cabras excitadas ao comerem estes grãos. Aflito, colheu, levou aos monges, que decidiram queimá-los. Como exalava bom perfume torraram, cozinharam na água, beberam, viram que a bebida os animava, adotaram-na como alimento e batizaram de koffe arábico. Com os navegantes o café foi para Veneza. Lá, teve fama inicial de remédio, depois de excitante e pecado tendo sido excomungado por ser obra do diabo. Nos idos de 1600, Clemente VIII, o Papa do Café, atendeu ao pedido dos padres, provou, gostou, absolveu, levou para o Vaticano e espalhou-o pelo mundo. No Brasil, no século XVI, iniciou o plantio no Paraná e Minas Gerais. No século XIX, tornou-se o maior exportador para os Estados Unidos, Alemanha, Itália e Japão.

Em 1800, surgiu na Europa o bar-café, que o prepara e comercializa. No Brasil, em 1917, ele se espalha, e se torna ponto de reunião de políticos, artistas, e comerciantes. Hoje são lugares recreativos e muitos têm o café com arte, onde o barista, responsável pela sua classificação e preparo, aciona uma máquina que imprime mensagens no jato de café ou no creme. Do café nada se perde, sua borra é usada no banho do cão para pulga; na geladeira para mau cheiro; na cozinha e banheiro com limpador multiuso; com lustra móveis; na almofada de alfinete para ferrugem, etc.

Desde 3000 a.C a borra está na Cafeomancia, uma técnica usada pelas odaliscas, para prever o futuro, ainda muito difundida no mundo árabe, e na Etiópia é fonte de renda. A Itália é o país que adotou, difundiu, usou o café, e além do alto consumo da bebida, sua essência está no shampoo, creme, sabonete, esfoliante, cera, aromatizador, óleo de máquina, refri, iogurte, bala, sorvete, e muito mais. Da Etiópia, o café girou o mundo. Hoje, tem várias embalagens, preços, qualidade, e para muitos é a primeira bebida do dia. Caro leitor, se você toma café para acordar, trabalhar, recrear, concentrar, ou se alegrar, pergunto como o etíope: vai um café?

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

OPINIÃO: O medo cega, o ódio mata Anterior

OPINIÃO: O medo cega, o ódio mata

OPINIÃO: Cocó, a pata de estimação Próximo

OPINIÃO: Cocó, a pata de estimação

Colunistas do Impresso